INFRAESTRUTURA PORTUÁRIA: “CEARÁ DAY” DISCUTE O FUTURO DO ABASTECIMENTO DE COMBUSTÍVEIS COM FOCO NA COMPLEMENTARIEDADE ENTRE O PORTO DE FORTALEZA E PECÉM
- Lucas Benevides
- há 1 dia
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Em um contexto em que a infraestrutura portuária é fundamental para o desenvolvimento econômico global, o Ceará se destaca ao planejar o futuro do abastecimento de combustíveis no estado. Nesta terça-feira, a Frente Parlamentar de Portos e Aeroportos, e o Instituto Brasileiro de Infraestrutura (IBI), promoveu o evento "Ceará Day" em Brasília, reunindo especialistas e autoridades públicas e privadas para debater os desafios e as oportunidades do setor no estado cearense.
No painel "Tancagem de combustíveis nos Portos de Fortaleza e Pecém – Qual o caminho seguir?", o executivo e sócio da Modal Consult, Fernando Fialho, apresentou o estudo técnico elaborado pela consultoria. O trabalho analisou os impactos da transferência das atividades de movimentação aquaviária e armazenagem de combustíveis no Porto de Fortaleza e em Pecém.
Ao lado de Fialho, participaram também do painel, Alex Trevisan, da Transnordestina; Fábio Lavor, secretário-executivo do Ministério dos Portos e Aeroportos, Mário Povia presidente do IBI e Giovanni Paiva, consultor sênior associado da Modal Consult.
O estudo da Modal destaca a importância da infraestrutura portuária como motor de desenvolvimento econômico, ressaltando que essas instalações são essenciais para impulsionar economias na região. Apesar do déficit de infraestrutura enfrentado pelo Brasil, o Ceará tem apresentado crescimento econômico robusto, impulsionado pela pujança do Porto de Fortaleza e Pecém, que possuem características específicas, mas se complementam estrategicamente.
Desafios e oportunidades

A capacidade de tancagem para abastecimento no Ceará é de 148 mil m³, um volume desproporcional em relação ao PIB do estado, comparado com estados vizinhos. Atualmente, 47% dos combustíveis consumidos localmente chegam pela via aquaviária, evidenciando uma dependência significativa de outras regiões.
O estudo aponta ainda que a futura tancagem em Pecém estará mais próxima dos principais pontos de abastecimento do estado, em comparação com os portos de Suape (PE) e Itaqui (MA). “Essa nova capacidade de armazenagem portuária reduzirá o déficit atual e otimizará a logística de combustíveis no Ceará”, disse Fialho.
Além disso, a integração ferroviária prevista no plano com conclusão prevista para meados de 2027, fortalecerá a conexão entre os portos de Fortaleza e Pecém, ampliando a eficiência do sistema de abastecimento estadual.
O estudo da Modal Consult revelou que entre 70% e 80% dos combustíveis recebidos pelo Porto de Fortaleza são destinados à Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Essa proximidade traz vantagens significativas, como menor distância média de transporte para abastecimento, manutenção da frota de caminhões sem necessidade de aumento, o que contribui com a redução de riscos de acidentes e menor emissão de CO2, ou seja, menos poluição do ar.
Segurança e sustentabilidade
Fernando Fialho destacou que terminais urbanos são utilizados globalmente como alternativas otimizadas de abastecimento. Ele ressaltou que segurança e sustentabilidade são exigências legais e sociais proporcionais ao risco. Segundo o executivo não há registros de incidentes com perda de vidas nos terminais cearenses nos últimos anos. Na avaliação de Fialho, “a segurança é um esforço contínuo e cooperativo entre o Estado e as empresas, com investimentos e monitoramento permanentes”.
Relevância dos granéis líquidos
Outro aspecto levantado no estudo da Modal refere-se a importância da movimentação de granéis líquidos para o atendimento das indústrias do Polo Trigueiro, de combustíveis, lubrificantes, asfalto, cimento e, sobretudo para a economia cearense. A expansão da capacidade de tancagem no Ceará, com a integração entre os portos de Fortaleza e Pecém, é vista como um caminho para promover desenvolvimento sustentável e competitivo na região. “Essa expansão resultará em maior oferta de serviços e, consequentemente, em maior concorrência, beneficiando diretamente o cidadão cearense. A infraestrutura, mais uma vez, se confirma como um poderoso indutor de desenvolvimento regional”, concluiu Fernando Fialho.
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