ROTA DIRETA BRASIL–CHINA CORTA PELA METADE O TEMPO DE VIAGEM E ELEVA PORTO DO PECÉM A HUB GLOBAL
- gabrielaluisaconti
- 26 de ago.
- 3 min de leitura
Em 2025, o Porto do Pecém, no Ceará, deu um passo decisivo ao inaugurar uma rota direta com a China, reduzindo pela metade o tempo de travessia – de 60 para 30 dias. Essa conexão inédita elimina escalas em portos europeus, africanos ou no Canal de Suez, reduz custos e coloca o Brasil em posição de destaque na logística global.
Estima-se que a nova rota deve movimentar 1.200 contêineres por semana, um acréscimo imediato de cerca de 10% ao volume operacional de Pecém. Entre as cargas priorizadas estão frutas tropicais (melão, manga, mamão), proteínas congeladas (frango, carne bovina) e produtos industrializados. Com o tempo de trânsito menor, os produtos chegam ao mercado chinês mais frescos e com custos de armazenagem reduzidos, aumentando a competitividade brasileira frente a fornecedores tradicionais do Pacífico.

Para o Nordeste, o impacto vai além das exportações. A operação direta atrai investimentos em terminais frigoríficos, amplia a geração de empregos em transporte e armazenagem e consolida a região como ponto de convergência das rotas entre América, Europa e Ásia. No cenário nacional, a iniciativa diminui a dependência dos grandes portos do Sudeste e Sul, descentraliza o fluxo exportador e reforça a resiliência do país diante de crises logísticas.
Fruto de uma parceria entre o Governo do Ceará e o Porto de Roterdã, o terminal de Pecém já adotava práticas de gestão de classe mundial. A ligação direta com a China leva esse aprendizado a um novo patamar, transformando o porto em um verdadeiro hub internacional. Ao mesmo tempo em que fortalece o protagonismo brasileiro no comércio de commodities (soja, carne, minério de ferro), a rota abre espaço para diversificar destinos na Ásia, como Japão, Coreia e Sudeste Asiático.
O estreitamento de laços com a China não é apenas comercial, mas também estratégico. O Brasil se consolida como fornecedor confiável em um momento de disputa global por alimentos e matérias-primas, ao mesmo tempo em que equilibra sua pauta exportadora diante de eventuais flutuações de demanda.
Entre os desafios, estão a manutenção de volumes consistentes para garantir a viabilidade financeira da rota e a necessidade de novos investimentos em dragagem e infraestrutura portuária. Há, ainda, a precaução de não concentrar em demasia o fluxo comercial em um único parceiro, mantendo o olhar aberto para outras economias asiáticas.
Visão da Modal Consult
A inauguração da rota direta entre Porto do Pecém e China representa muito mais do que uma simples redução de prazos. Para a Modal Consult, esse avanço consolida um novo padrão de eficiência logística no Brasil, capaz de atrair investimentos e consolidar cadeias de valor mais resilientes. Ao cortar 30 dias da viagem, produtores nordestinos ganham fôlego para competir em mercados de alto valor, enquanto importadores se beneficiam de maior previsibilidade e menores custos de estoque.
No médio prazo, na visão da Consultoria, é fundamental que operadores e autoridades portuárias invistam em infraestrutura digital e em soluções integradas, garantindo que o porto acompanhe o ritmo de crescimento.
Em um cenário global cada vez mais disputado, o Porto do Pecém tem agora a oportunidade de se consolidar não apenas como ponto de passagem, mas como um verdadeiro cluster de inovação logística, atraindo players globais e gerando emprego de qualidade no Nordeste. Ao fazer isso, o Ceará e o Brasil reforçam seu protagonismo na segurança alimentar mundial e pavimentam o caminho para uma exportação mais ágil, competitiva e sustentável.
ROTA DIRETA BRASIL–CHINA CORTA PELA METADE O TEMPO DE VIAGEM E ELEVA PORTO DO PECÉM A HUB GLOBAL







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